terça-feira, 16 de outubro de 2007

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TRIGICERÍDIOS DE CADEIA MÉDIA

3. Triglicerídeos de Cadeia Média (TCM):

  • Tem sido altamente recomendado. Utilizado desde os anos 50 para pessoas com disfunções na absorção de lipídios.
  • O óleo de coco é uma boa fonte, tem grande % de TAG com 6 a 10 carbonos( cadeia saturada), que é uma fonte imediata de energia, portanto tem baixa tendência de acumular-se no tecido adiposo.
  • Pode ser utilizado a temperaturas relativamente altas (frituras);
  • valor calórico, pouco inferior ao de um TAG normal;
  • são insípidos, inodoros, incolores e resistentes à oxidação (não possui C=C);
  • bom meio de solubilização de compostos lipossolúveis: corantes, sabores, vitaminas, fármacos.

4. Lipídeos Estruturados:

  • TCM interesterificado com um ácido graxo de cadeia longa. - Ex. Caprenin (TAG formado dos ác.graxos caprílico (C8:0), cáprico (C10:0) e behênico (C22:0).
  • Fornece 5 kcal/g. Utilizado em balas e coberturas de confeitos.
  • Salatrin: TAG formado por ác. graxos esteárico e os outros dois de cadeia curta (acético, propiônico ou butírico).

5. Misturas Funcionais: São ingredientes formulados para atingir características específicas. Ex.: - Prime-O-Lean: matriz cuja formulação contém água, óleo de canola parcialmente hidrogenado, plasma de carne bovina hidrolisado, farinha de mandioca e alginato. É definido como tecido adiposo artificial. Usado em produtos cárneos.

Autor(a): Mariana C. Raslan
O que são emulsões lipídicas de primeira, segunda, terceira e quarta gerações?

Atualmente existem diversas emulsões lipídicas (EL) para uso clínico que variam conforme o conteúdo de ácidos graxos e suas fontes de origem. O início do uso das EL em nutrição parenteral (NP) ocorreu em 1961 com a produção, na Europa, de EL baseadas em óleo de soja. O objetivo inicial era fornecer ácidos graxos essenciais (AGE), já que os AGE ômega-6 (linoléico) e 3 (alfa-linolênico) não são sintetizados pelo organismo e têm de ser obtidos através da dieta.

Portanto, as EL podem ser divididas em diferentes classificações, chamadas gerações:

* Primeira geração, EL rica em ômega-6: para se estabelecer uma EL segura, desenvolveu-se a EL rica em triglicerídeos de cadeia longa (TCL), como o AGE ômega-6, proveniente principalmente de óleo de soja e também dos óleos de milho e semente de girassol. A partir de 1970, viu-se que a EL antiga parecia influenciar negativamente a função imunológica, fato que incentivou o desenvolvimento de uma nova EL parenteral diferente da pioneira.

* Segunda geração, EL com triglicerídeos de cadeia média (TCM) e óleo de soja: a EL formulada para reduzir a quantidade de ômega-6 era composta de uma mistura de 50% de TCM (proveniente do óleo de coco) e 50% de óleo de soja (TCL). Esta EL TCM/TCL tinha 50% a menos de ômega-6 do que a convencional. O metabolismo do TCM representa rápida fonte energética, por não depender de substâncias intermediárias para seu transporte, como a carnitina, que transporta, por exemplo, os ácidos graxos de cadeia longa para o interior das células.

* Terceira geração, EL com óleo de peixe (ômega-3, particularmente EPA – ácido eicosapentaenóico e DHA – ácido docosahexaenóico): dados indicam que doenças de caráter inflamatório podem ser sensíveis a esta EL e que um aumento nesses ácidos graxos (AG) pode otimizar o tratamento dos pacientes com desordens respiratórias, fibrose cística, artrite reumatóide, arterioesclerose, doença cardíaca aguda, sepse e câncer, associado à caquexia, em uso de NP.

* Quarta geração, EL com óleos de soja, oliva e peixe, TCM: esta EL contém quantidade reduzida de ômega-6 (30%), TCM (30%), óleo de oliva (24%) e óleo de peixe, rico em ômega-3 (15%). Além disso, é suplementada com quantidades apropriadas do antioxidante alfa-tocoferol. Essa nova EL teve boa tolerância e metabolização por voluntários saudáveis. Pode ser associada a menor disfunção hepática e preserva a capacidade antioxidante dos pacientes em unidade de terapia intensiva, além de efeito favorável no tempo de internação de pacientes cirúrgicos.

A EL pode ser infundida separadamente ou misturada à NP em conjunto com os aminoácidos e glicose. Na prática clínica, dependendo da necessidade nutricional do paciente, é recomendado o fornecimento de 25-30% de EL sobre o valor calórico total da dieta.

Ácido graxo de cadeia média eleva colesterol plasmático

Data: 07/10/2004
Autor(a): Camila Garcia Marques
Fotógrafo: Equipe Nutritotal

Dietas contendo ácidos graxos de cadeia média (AGCM) são de interesse nutricional por serem mais facilmente absorvidas pelo intestino do que as ricas em ácidos graxos em cadeia longa (AGCL). Suspeitava-se que AGCM não resultavam em aumento do colesterol plasmático. Para verificar esta hipótese, estudo dinamarquês comparou dietas ricas em AGCM e AGCL sobre o perfil lipídico e glicídico plasmático e os resultados mostraram que há aumento do colesterol plasmático total, do LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade), do VLDL-colesterol (lipoproteína de muito baixa densidade), da razão LDL e HDL-colesterol (lipoproteína de alta densidade), dos triglicerídeos plasmáticos totais e elevação também da glicose plasmática quando preferida a dieta rica em AGCM.

Triglicerídeos (TG) são moléculas formadas por três ácidos graxos esterificados ao glicerol e constituem a principal forma de gordura presente na dieta. Os TG podem ser formados por ácidos graxos de cadeia média (AGCM) ou de cadeia longa (AGCL). Os TG de cadeia média (TCM), contém de 6 a 12 átomos de carbono, e são encontrados na gordura do coco. Já os TG de cadeia longa, que possuem mais de 12 átomos de carbono, são encontrados nos óleos vegetais. Os AGCM são absorvidos diretamente para a corrente sangüínea e levados para o fígado, assim como a glicose, não se incorporando significativamente às lipoproteínas para serem transportados. Por isto, sua absorção e utilização são rápidas, ao contrário do que acontece com os AGCL.

O estudo, duplo cego e randomizado, selecionou 17 homens saudáveis, com atividade física de leve a moderada, sem histórico de hipertensão ou aterosclerose e sem nenhum tratamento medicamentoso. Os participantes receberam 70 g de AGCM proveniente de óleos vegetais e, em um segundo período, 70 g de ácido oléico, um AGCL, a partir de óleo de girassol. Cada período teve a duração de 21 dias, com 2 semanas de intervalo entre cada um. A dieta continha 6,4 MJ (ou 1.500 kcal), sendo 45% da energia total proveniente de gordura, 47% de carboidrato e 7% de proteína.

Os resultados mostraram que a dieta com AGCM elevou em 11% o colesterol plasmático total (p = 0,0005), 12% o LDL-colesterol (p = 0,0001), 32% o VLDL-colesterol (p = 0,08), 12% a razão LDL e HDL-colesterol (p = 0,002), 22% os triglicerídeos plasmáticos totais (p = 0,0361) e houve elevação também na glicose plasmática (p = 0,033). Não houve diferenças entre as dietas em relação ao HDL-colesterol, concentração de insulina e atividade de lipoproteínas transportadoras de colesterol e fosfolipídeo. “Portanto, dietas contendo AGCM resultam em menor benefício do perfil lipídico de maneira geral”, explicam os autores.

Referência(s)

Tholstrup T, Ehnholm C, Jauhiainen M, et al. Effects of medium-chain fatty acids and oleic acid on blood lipids, lipoproteins, glucose, insulin, and lipid transfer protein activities.
Am J Clin Nutr. 2004;79(4):564-9.

Ferreira AMD, Barbosa PEB, Ceddia RB.
The influence of medium-chain triglycerides supplementation in ultra-endurance exercise performance. Rev Bras Med Esporte. 2003;9(6):413-419. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922003000600006. Acessado em: 04/10/04.

Curi R, Pompéia C, Miyasaka CK, Procopio J. Entendendo a gordura: os ácidos graxos. São Paulo: Manole; 2002.

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